Sujeira e insegurança afetam Centro de São Vicente
segunda-feira, 15 de outubro de 2012Milhares de pessoas caminhando diariamente. Umas, apressadas, com hora marcada. Outras querem apenas ver as vitrines, buscar o melhor preço, se distrair. Não é à toa: o Centro de São Vicente tem, hoje, 8 mil estabelecimentos comerciais que proporcionam mais de 60 mil empregos diretos.
Das 8 às 18 horas, esse é o cenário. A partir daí, tudo muda. O Centro que poucos veem só se descortina a partir do momento em que lojas e escritórios começam a encerrar o expediente. À noite, surge um espaço muito diferente do habitual. A começar pela vasta quantidade de ambulantes que se instalam nas praças Barão do Rio Branco e Coronel Lopes. São dezenas deles, enfileirados, vendendo os mais diversos produtos. Querem aproveitar o fluxo de empregados do comércio indo para casa e, ao mesmo tempo, fugir do período diurno, quando a fiscalização é maior.
O Shopping Brisamar e algumas lojas que permanecem abertas até mais tarde – especialmente lanchonetes e farmácias – mantêm um certo movimento na Rua Frei Gaspar e na chamada Praça do Correio. Aos finais de semana, esses locais se transformam em verdadeiros points da juventude. São tribos urbanas que conversam, se divertem, namoram e se mantêm unidas em uma cidade carente de opções de diversão noturna. Nos demais dias, o que surge, invariavelmente, são moradores de rua.
Lixo, marca maior
Outro fator transforma o Centro em um cenário não muito agradável durante a noite. À medida que os estabelecimentos finalizam o expediente, deixam seu lixo na porta. Se o comércio vicentino conta com 8 mil lojas, imagine só o que ocorre quando quase metade delas empilha sacos de lixo e outros materiais descartados.
Pior: moradores de rua e usuários de drogas são atraídos à região justamente por estar atrás de coisas que possam lhes garantir um trocado ou, quem sabe, servir de alimento. A Tribuna flagrou sacos de lixos de um restaurante sendo rasgados por pessoas.
Eram generosas quantidades de arroz, feijão e saladas já cheirando a azedo. O problema se agrava porque, na hora em que o caminhão da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) passa pelo Centro para recolher o lixo – após às 21 horas –, muitos desses resíduos já produzem um líquido fétido, o chorume.
Limpeza difícil
Como estão rasgados, quando os sacos são recolhidos pelos lixeiros, muita dessa comida cai e continua como um problema, pois os garis só passarão por ali na manhã seguinte. Quanto ao cheiro, alguns comerciantes e moradores passam a lavar as calçadas defronte de seus negócios ou moradias por iniciativa própria. Em dias de chuva, no entanto, a própria natureza se encarrega da limpeza. E recebe, em troca, uma série de materiais que são carregados bueiros adentro, resultando em entupimentos e enchentes.
Fonte: Jornal A Tribuna