Projeto social transforma lixão de São Vicente
quinta-feira, 31 de maio de 2012Por muito tempo o lixão de São Vicente foi um dos principais problemas da Baixada Santista, litoral de São Paulo. A área estava totalmente degradada e centenas de catadores tiravam a renda do meio do lixo. Mas há dez anos um projeto transformou radicalmente o local, com um projeto social chamado Pólo de Cidadania.
O Lixão do Sambaiatuba funcionou por mais de 30 anos. O espaço de 40 mil m², criado na década de 1970, chegou a receber 250 toneladas de lixo por dia. Os caminhões eram aguardados por mais de 300 pessoas, inclusive crianças, que tiravam do lixão o sustento da família.
Em 2002, o lixão foi desativado. De lá para cá, os resíduos passam por uma estação de transbordo e, em seguida, são levados para um aterro sanitário em Mauá, na Grande São Paulo. “O que é possível para o município é dispor esses resíduos em outro município que tem um terreno correto, disposto corretamente, com estudo de impacto ambiental para receber esse resíduo”, explica o supervisor do projeto, Fábio Lopes da Silva.
O lixo reciclável fica na cidade. Todos os meses, os antigos catadores separam por volta de 120 toneladas de lixo limpo. Eles recebem, em média, R$ 600 por mês. Os catadores fazem parte de uma cooperativa.
A área do antigo lixão também abriga vários cursos de capacitação. “Foi criada uma solução para o problema do lixão, como também um cuidado com as pessoas que viviam nesse lixão, na organização de um projeto social amplo”, diz a coordenadora do Pólo de Cidadania Silmara Casadei.
Mais de 170 ex-catadores conseguiram uma colocação no mercado de trabalho depois de fazerem um dos cursos oferecidos, como informática, corte e costura e artesanato. Uma das aulas é de reaproveitamento de plástico. Quase toda a matéria-prima usada nos trabalhos vem da usina de reciclagem. Restos de piscina, pedaços de boia, retalhos de faixa de propaganda se transformaram em sacolas ecológicas.
Também foi construído um parque para as crianças com playground e campo de futebol. Em uma estufa são produzidas as verduras. Tudo é usado na merenda escolar das creches da cidade.
Fonte: G1